Férias em Taboeira é o tempo das férias nos meados do século XX, durante os anos 50. Os automóveis, então de mola rija, eram muito mais lentos e possuíam um cheiro a madeiras nobres e a cabedal, um motor que se ouvia e um interior vasto! Os percursos assim pareciam mais longos e ao mesmo tempo mais agradáveis. Podíamos descobrir melhor as paisagens percorridas, tendo encontros originais por essas estradas traçadas ainda pelos romanos, estreitas e inaptas ao tráfico automóvel, que atravessavam todas as cidades, aldeias e mesmo pequenos burgos do percurso. Cruzávamos carroças de cavalos, de burros, de vacas, ora carregadas de legumes, ora de feno, ora ainda de lenha ou de outras mercadorias, grupos de gado, rebanhos e também, claro, vários animais selvagens e caça em abundância, tudo se via na estrada nessa época. Santos tempos, esses! Mesmo se havia grandes probabilidades de furar um pneu, nesses escassos 300Km que se faziam! Ou mesmo infelizmente vários furos, então eram necessárias mais de 6h ou 7h sobre a estrada, antes de chegar ao nosso destino! Quando não havia furo, era quase um milagre! E causava sempre grande admiração, a quem nos ouvia contar, incrédulo, tal sorte. Impossível, comentavam! Chegávamos a Taboeira, por volta das 18h, cansados com o trepidar monótono do calhambeque, mas contentes por não se ter sofrido nenhum desastre ou avaria! As médias, quando não havia problemas, eram pelo máximo por volta dos 50 Km/h e, ainda assim, era preciso andar bem!